Wednesday, September 21, 2005

A filosofia é pop, mas não poder ser burra

Caro Ghiraldelli:Em que pese sua opinião sobre o caderno "Ser ou Não Ser" do Fantástico/Globo, abordando aspectos filosóficos, iniciativa pioneira do gênero, num esforço de equalizar conteúdo, imagem e tempo de vinculação de mídia, para trazer a grande massa pelo menos pequena noção dos tratados filosóficos, na crítica sempre assaz e oportuna desse Professor/Filósofo, há aspecto outro que bem poderia ser defendido. Num passado não muito distante, já no final do Governo de FHC, o Congresso, sob o esforço desse presidente sociólogo, rejeitou a inclusão por lei das disciplinas de sociologia e filosofia no ensino de segundo grau, e sob protestos do PT, então oposição. Agora, com o PT no Poder, bem que esta questão deveriam retornar à luz, o que precisa de defensor. De formas que, considerando seu predicados intelectuais e esforços em divulgar os estudos filosóficos, sugiro ao Professor abraçar a idéia, quem sabe acrescentando à reivindicação uma terceira e importante disciplina: Lógica; como antigamente.Tenho por convicção, e acho que o Professor concordará, que ensino escolar da Filosofia, Sociologia e Lógica trarão grande avanço na formação dos estudantes, e se constituirá em mais um instrumentação de libertação de consciências.Abs.Volnei -----

Original Message ----- From: Paulo Ghiraldelli Jr To: filosofia_americana@yahoogrupos.com.br Sent: Monday, September 19, 2005 3:25 PM Subject: [Estudos da Verdade]

A filosofia é pop, mas não poder ser burra


A filosofia é pop, mas não pode ser burra Filosofia no "Fantástico", do modo que está, é burra. É tudo, menos filosofia. Filosofia em manuais é necessário. Mas em manuais toscos, é o que menos precisamos. As pessoas procuram a área de filosofia. Sim, procuram. Há a idéia de que o filósofo, de todos os que transitam nas Humanidades, é o que é melhor formado, o que "restou" de uma "época de ouro" no ensino brasileiro. Em parte isso é verdade. Quem procura a filosofia o faz por motivos estritamente ligados ao saber, à curiosidade, então, em geral é alguém que lê, que leva a filosofia a sério. Mas é tolice pensar que só por isso qualquer um que fez o curso de filosofia ou que escreveu algo em filosofia pode fazer divulgação filosófica de modo correto. A divulgação em filosofia demanda um filosófo mais bem preparado que o filósofo que faz pesquisa no mundo acadêmico. Os grandes filósofos foram os melhores divulgadores da filosofia. Descartes, Sartre e Rorty - todos eles, para não citar um bocado de outros, fizeram textos de suas filosofias para o grande público. Tiveram sucesso nisso. Uma coisa é dar palestrinhas que criam a "sensação subjetiva", em quem assiste, de que se está aprendendo filosofia ou, pior, se está filosofando, outra coisa é gerar uma forma de exposição clara, didática, mas correta, que realmente coloca quem assiste no rumo da filosofia. Há quem pesquise e escreva sobre filosofia, mas não possui maturidade intelectual para divulgar filosofia de modo eficaz e correto. Há quem divulgue, mas não seja realmente bem ilustrado e profundo para isso. Os países que democratizaram o seu ensino de um modo geral são os que conseguiram gerar filósofos capazes de textos de profundidade e, ao mesmo tempo, textos de divulgação ou de "formação". Os Estados Unidos são um exemplo disso, hoje, mais que os europeus. Os norte-americanos fazem muitos manuais bem feitos. Fazem programas na TV, de filosofia, que são bons e para um grande público. No Brasil os manuais apenas repetem uma velha e cansativa história da filosofia que leva à falsa erudição. E o que se faz na TV sobre filosofia, mesmo nos canais culturais, parece ou um repeteco de aulas bem cansativas e sem qualquer objetivo ou, então, são o "samba do crioulo doido" do Fantástico. Pessoas repetindo "é melhor ser que ter" ou "o pensar liberta" é o que resulta do Fantástico. Pessoas criando frases como "o neoliberalismo e a globalização condenam todos nós" para colocar em dissertações e teses de uma academia que exige títulos sem conhecimento é o que resulta das aulas das TVs culturais. Estamos sem jornalistas culturais sérios. Falta no mercado bons professores de filosofia que saibam usar a filosofia, que saibam colocá-la nas mãos das pessoas sem que isso se transforme em bobagem de auto ajuda. No momento que estamos vivendo, que é a época onde os "filósofos brasileiros" recomendados viraram papagaios de pirata - ou de FHC ou de Lula - e não enxergam um palmo na frente do nariz, é fácil que um bando de imbecis venha a dizer que "a questão do ser" é importante - na TV. É marmelada. O Chacrinha filosofava melhor. As escolas de filosofia deveriam começar a se preocupar com o jornalismo cultural, também na área de filosofia. Todas as faculdades de filosofia deveriam pensar seriamente nisso.


Paulo Ghiraldelli Jr. é filósofo e autor de Caminhos da filosofia (Rio de Janeiro: DPA, 2005). Copordenador do GT-Pragmatismo da Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia (ANPOF). www.ghiraldelli.pro.br - Site Pessoal


Fabiano Oliveira
MSN: poetafab@hotmail.com
Clique Aquí http://www.livrodevisitas.com.br/ler.cfm?id=107702 e Deixe Uma Mensagem em Meu Livro de Visitas.
Para Pesquisar Assuntos dos Blogs Basta clicar Aqui http://blogsearch.google.com/e buscar por poetafab ou pelo assunto que deseja.
http://geocities.yahoo.com.br/poetafab/index.html?1127254059650
http://br.groups.yahoo.com/group/equilibrioconsciente
www.poetafab.blogspot.com
www.humanopoder.blogspot.com
www.poetafab1.flogbrasil.terra.com.br
www.ufoempirico.blogspot.com
www.1grau.com/poetafab
www.rumineagora.blogspot.com
www.linkadofab.blogspot.com
www.conjectural.blogspot.com
www.psieulouco.blogspot.com
www.euamolivros.blogspot.com

0 Comments:

Post a Comment

<< Home