Sunday, March 05, 2006

Michel Foucault

Stalinismo

Stalinismo

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Foice e martelo · Anti-comunismo · Comunismo libertário · Economia planificada · Capitalismo de Estado · Socialismo · Luxemburguismo · Ba'ath · Crítica ao comunismo · Totalitarismo · Realismo socialista · Cortina de Ferro · Muro de Berlim · Nomenklatura

Stalinismo ou estalinismo é a designação coloquial do ramo da teoria política e do sistema político e económico socialista implementado na União Soviética por Josef Stalin e demais regimes semelhantes. Hannah Arendt descreveu o sistema como totalitário e esta descrição foi muito usada pelos críticos do estalinismo.

Críticos do Stalinismo afirmam que tal corrente é anti-Marxista; alguns afirmam que é totalitária e até fascista. Entre os acadêmicos marxistas, tal corrente (junto com outras) é chamada de marxismo vulgar, por ter incorporado à sua base ideológica pensamentos não originários de Karl Marx e, muitas vezes, até mesmo opostos.

Tabela de conteúdo

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Características do Stalinismo

Os regimes classificados com o termo "stalinismo", seja sob conotação pejorativa (pelos críticos) ou, ao contrário, laudatória (pelos admiradores), apresentam determinadas características em comum com relação ao modo de conduzir a construção do socialismo e, principalmente, a segurança do Estado. Embora não sejam necessariamente todos adotados simultaneamente, são aspectos comuns do stalinismo, entre outros:

  • radicalização da ditadura do proletariado e do regime de partido único;
  • centralização dos processos de tomada de decisão no núcleo dirigente do Partido;
  • burocratização do aparelho estatal;
  • intensa repressão a dissidentes políticos e ideológicos;
  • culto à personalidade do(s) líder(es) do Partido e do Estado;
  • intensa presença de propaganda estatal e incentivo ao patriotismo como forma de organização dos trabalhadores;
  • censura aos meios de comunicação e expressão;
  • coletivização obrigatória dos meios de produção agrícola e industrial;
  • militarização da sociedade e dos quadros do Partido.


"Trabalhe duro, como ensinou Stalin"
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"Trabalhe duro, como ensinou Stalin"

Stalinismo e a Burocratização

Uma das medidas mais notáveis de Stalin foi a burocratização do Estado (centralização do poder nas mãos de poucos). Este é um dos pontos mais atacados pelos críticos da corrente, que acusam que Marx sempre fora contra tal centralização. Segundo esses críticos, Marx visava um Estado onde o poder estivesse com o proletariado, o que não aconteceu na URSS Stalinista, onde o poder estava centralizado à cúpula do Partido Comunista.

Stalin e o Socialismo Nacionalista

Outra crítica dos anti-Stalinistas é a idéia de nacionalizar a revolução socialista, ou seja, mantê-la na URSS. Este é outro ponto de divergência entre Stalin e Trotsky; este último defendia a internacionalização da revolução, ou seja, defendia que a União Soviética espalhasse sua revolução socialista pelo resto da Europa. Entretanto, os stalinistas argumentavam que era necessário primeiro consolidar o socialismo na URSS para que, a longo prazo, esta tivesse força suficiente para sustentar a revolução mundial. Segundo esta visão, caso os soviéticos se engajassem num conflito de proporções globais antes de conseguir proteger-se e defender-se dos inimigos capitalistas e fascistas, o socialismo nunca teria triunfado.

Críticos do governo de Stalin afirmam que esta é outra divergência desta corrente para a doutrina Marxista, que defende a união dos trabalhadores de todo o mundo para fazerem a revolução internacional.

Stalinismo no Mundo

O culto à personalidade é marca típica do stalinismo
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O culto à personalidade é marca típica do stalinismo

Diversos governos socialistas implantados em outros países além da URSS, principalmente no período de 1945 a 1991, também foram diversas vezes classificados de "stalinistas", graças a determinados métodos políticos e econômicos empregados (ver Características acima). Entre eles, destacadamente, encontra-se o regime de Kim Il-sung e seu filho e sucessor Kim Jong-il na Coréia do Norte, através da ideologia oficial Juche. O ditador iraquiano Saddam Hussein, baseado na ideologia pró-socialista e secularista Ba'ath e admirador confesso de Stalin, tentou implantar um regime proto-stalinista no Iraque, embora não seja normalmente considerado stalinista.

O stalinismo em outros países, principalmente nos anos antes, durante e imediatamente após a Segunda Guerra Mundial (ou seja, das décadas de 1930 a 1950) esteve associado diretamente ao alinhamento automático às políticas de Moscou e do Komintern. Vários governantes destes regimes podem, assim, ser considerados stalinistas, como Mátyás Rákosi na Hungria, Georgi Dimitrov na Bulgária, Klement Gottwald na Tchecoslováquia, Bolesław Bierut na Polônia e Horloogiyn Choibalsan na Mongólia.

Outros regimes socialistas considerados stalinistas foram, ainda, o de Enver Hoxha na Albânia, de Pol Pot no Camboja e de Fidel Castro em Cuba. Já determinados governos, embora socialistas e autoritários, não se encaixam na definição de stalinistas por adotarem outras medidas econômicas e de alinhamento geopolítico distinto, como o regime de Nicolae Ceausescu na Romênia ou de Deng Xiaoping na China.

Entre os stalinistas mais recentes, podem-se citar Bernard Coard em Granada e Abdullah Öcalan, líder do Partido Comunista do Curdistão.

Desestalinização

O stalinismo no mundo inteiro sofreu um forte revés com a decisão do dirigente soviético Nikita Kruschov de renegar o legado de Stalin, no XX Congresso do PCUS (23 de fevereiro de 1956), ao "denunciar os crimes" que seu antecessor teria cometido durante as décadas de sua gestão à frente da URSS. Segundo o dirigente, os expurgos, os gulags, os campos de trabalho forçado, a fome e as execuções sumárias somadas teriam provocado a morte de milhões (cifras variam de 5 a 20 milhões de indivíduos) de cidadãos soviéticos.

Com as acusações de Kruschov, que também criticou o "culto à personalidade" dos líderes socialistas, militantes e partidos comunistas de vários países optaram por reavaliar o alinhamento às diretrizes de Moscou e a adoração a Josef Stalin, às vezes por autocrítica, outras por revisionismo. Este processo ficou conhecido como "desestalinização" e representou um declínio na expansão do comunismo internacional. Os comunistas ortodoxos e os militantes que permaneceram leais à memória do líder optaram por seguir a orientação de Mao Tsé-Tung na China e, mais tarde, a de Enver Hoxha e do comunismo albanês.

Ver também

Saturday, March 04, 2006

FORMA AXIOMÁTICA:

FORMA AXIOMÁTICA:

Definição 1: fenômeno como sinônimo de observação é polar ou
relativa construção do sujeito (ou observador ) e do objeto (ou
observador).
Axioma 1: O discurso do universo da ciência é estritamente
fenomenal, embasado exclusivamente em fenômeno e estruturas destes.
Teorema 1: ciência é estritamente relativista ( D1+A1)
Colorário: conceitos absolutos e assertativas estão banidos da
ciência.
--------------------
Teorema 2: A Ciência é incerteza (T1). Informação no objeto é
derivada de uma observação que é relativa ao estado do sujeito e
assim pela incerteza e vice versa.
Axioma 2: as deduções científicas são fundadas em implicações lógicas.
Axioma 3: a incerteza de uma informação relativa deve decrescer
somente por sucessivas aproximações
---------------------
Teorema 3: Incerteza da ciência deve unicamente decrescer por
tentativa e erro equivalente a sucessiva falsificações.
Prova A2+A3:
Estrutura de implicação lógica:
1-V+V-->V
2-V+F -->F
3-F+V -->V
2-F+F -->V
Conclusão a verdade é deduzida dos casos 1,3 e 4 e então é
indeterminada.
Apenas a conclusão falsa induz exclusivamente de 2. Esta premissa nos
possibilita afirmar que podemos determinar exatamente a falsidade.
Em metalinguagem vulgar o teorema 3 é freqüentemente formulado
como: "a falseabilidade é uma condição necessária para a Ciência"

------------------------------------
As fundamentações de Popper sobre a Metodologia da Ciência podem ser
chamadas de "Fenomenologia Relativística"* (A1, T1)
e a falsificação é só uma conseqüência de um teorema (T3).
------------------------------------
*a abordagem de Popper deriva do modelo de Einstein

Gnosiologia

Gnosiologia

Teoria do Conhecimento

É necessário antes de tudo, esclarecer a relação entre Teoria do Conhecimento e Gnosiologia, a fim se de evitar equívocos e esclarecer o que seja cada uma. Deve-se ressaltar que gnosiologia não é exatamente a mesma coisa que a chamada Teoria do Conhecimento, embora às vezes possamos encontrar esta identificação em alguns livros de filosofia.

A gnosiologia, também chamada por vezes de gnoseologia, ou Filosofia do Conhecimento, estuda a capacidade humana de conhecer. A raiz filológica do termo vem das palavras gregas gnosiV (conhecimento) e logia (verbo, palavra, discurso).

Desde a filosofia clássica a gnosiologia constituía uma parte da metafísica, juntamente com a ontologia e a teodicéia. (ver divisão clássica da filosofia) Numa visão de filosofia sistemática mais lógica, podemos classificar a gnosiologia como uma das partes principais da filosofia, como filosofia intelectual, ao lado da ontologia (filosofia existencial) e da deontologia (filosofia comportamental). Assim temos uma divisão da filosofia em três grandes partes: (ver divisão mais lógica da filosofia)

  • Ontologia – Filosofia Existencial
  • Gnosiologia – Filosofia Intelectual
  • Deontologia – Filosofia Comportamental

E assim como a filosofia divide-se em partes fundamentais, também a gnosiologia divide-se em Lógica, Crítica e Epistemologia.

  • Lógica – filosofia da forma e método do conhecimento
  • Crítica – filosofia da possibilidade, origem, essência e valor do conhecimento.
  • Epistemologia – filosofia da ciência e conhecimento científico

Como se pode constatar, aquilo que se estuda nos cursos de graduação em filosofia com o nome de Teoria do Conhecimento corresponde mais exatamente à chamada Crítica, estando separada da Lógica e Filosofia da Ciência, como disciplina autônoma.

A Teoria do Conhecimento tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento, da faculdade de conhecer. Às vezes o termo usado ainda como sinônimo de epistemologia, o que não é exato, pois a mesma é mais ampla, abrangendo todo tipo de conhecimento, enquanto que a epistemologia limita-se ao estudo sistemático do conhecimento científico, sendo por isso mesmo chamada de filosofia da ciência.


Os principais problemas da Teoria do Conhecimento

Pode-se fazer uma divisão didática da Teoria do Conhecimento, baseada nos problemas principais enfrentados por ela:

  • A possibilidade do conhecimento

  • A origem do conhecimento

  • A essência do conhecimento

  • As formas do conhecimento

  • O valor do conhecimento (o problema da verdade)

Se há conhecimento humano, existe a verdade, porque esta nada mais é do que a adequação da inteligência com a coisa (segundo a concepção aristotélico-tomista). Com a existência da verdade, há conseqüentemente a existência da certeza, que é passar a inteligência à verdade conhecida. A inteligência humana tende a fixar-se na verdade conhecida. Metodologicamente, há primeiramente o conhecimento, depois a verdade, e finalmente a certeza. Tal tomada de posição perante o primeiro problema da crítica, é chamado de dogmatismo, sendo defendida por filósofos realistas, como por exemplo, Aristóteles e Tomás de Aquino.
Se, ao contrário, se sustentar que a inteligência permanece, em tudo e sempre, sem nada afirmar e sem nada negar, i.é, sem admitir nenhuma verdade e nenhuma certeza, sendo a dúvida universal e permanente o resultado normal da inteligência humana, está se defendendo o ceticismo.
O problema crítico representa um passo além do dogmatismo e do ceticismo. Uma vez que admite-se a existência da verdade (valor do conhecimento), e da certeza, pergunta-se então onde estão as coisas: só na inteligência, como querem Platão, Kant , Hegel (idealismo), só na matéria, como ensina Marx (materialismo), no intelecto humano e na matéria, como dizem Aristóteles, Tomás de Aquino (realismo), ou só na razão, como diz Descartes (racionalismo).
Para o idealismo o ente, i.é, o ente transcendental compões-se somente de idéias. Para o materialismo, somente matéria. Para o realismo, idéias e matéria. Para o racionalismo, é razão.
Investigando o fundamento de todo o conhecimento, pois critica o conhecimento do ente transcendental, a Crítica é a base necessária de todo o saber científico e filosófico, inclusive da própria Ontologia.


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BRABO, L. (2002) Sojia: Filosofia Sistemática. http://www.filosofia.catolico.org.br

epistemologia

epistemologia



do Gr. epistéme, ciência + lógos, tratado

s. f., estudo crítico das várias ciências;
gnosiologia, teoria do conhecimento.

Epistemologia

Epistemologia
Filosofia da Ciência


O termo significa "estudo da ciência", vem do grego episthmh (episteme) = ciência, conhecimento científico, e logoV (logos) = palavra, verbo, estudo, discurso. É usada em dois sentidos: para indicar o estudo da origem e do valor do conhecimento humano em geral (e neste sentido é sinônimo de gnosiologia ou crítica); ou para significar o estudo as ciências (físicas e humanas), dos princípios sobre o qual se fundam, dos critérios de verificação e de verdade, do valor dos sistemas científicos. Este último sentido é o mais apropriado.

A epistemologia é portanto a filosofia da ciência, num sentido preciso. Não é propriamente o estudo dos métodos científicos, o que é objeto da Metodologia Científica, e da Metódica, uma parte da Lógica clássica. Nem é tampouco uma síntese ou uma antecipação conjetural das leis científicas (como seriam o positivismo e o evolucionismo).

A epistemologia é essencialmente o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências, destinado a determinar a sua origem lógica (e não simplesmente psicológica), o seu valor e sua objetividade.

Deve-se portanto distinguir claramente a Epistemologia da Teoria do Conhecimento, se bem que ela possa constituir a sua introdução e um auxiliar indispensável, devido ao fato de estudar a possibilidade do conhecimento a posteriori nas diversas ciências.

Karl Popper Biografia

Karl Popper

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(Redirecionado de Popper)
Karl Popper
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Karl Popper

Karl Raimund Popper (28 de Julho de 1902 - 17 de Setembro de 1994), foi um filósofo da ciência, nascido na Áustria e naturalizado inglês. É considerado por muitos como o filósofo mais influente do século XX a tematizar a ciência. Foi também um filósofo social e político de estatura considerável, um grande defensor da democracia liberal e um oponente implacável do totalitarismo.

Ele é talvez melhor conhecido pela sua defesa da falseabilidade como um critério da demarcação entre a ciência e a não-ciência, e pela sua defesa da sociedade aberta.

Tabela de conteúdo

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Biografia

Nascido em Viena em 1902 numa família de classe média de origem judia secularizada, foi educado na Universidade de Viena. Concluiu o doutoramento em filosofia em 1928 e ensinou numa escola secundária entre 1930 e 1936. Em 1937, a ascensão do Nazismo levaram-no a emigrar para a Nova Zelândia, onde ele foi professor de filosofia em Canterbury University College, Christchurch. Em 1946, foi viver para Inglaterra, tornando-se assistente (reader) de lógica e de método científico na London School of Economics, onde foi nomeado professor em 1949. Foi nomeado cavaleiro da Rainha Isabel II em 1965, e eleito para a sociedade real (Royal Society) em 1976. Reformou-se da vida académica em 1969, apesar de ter permanecido activo intelectualmente até à sua morte em 1994. Recebeu a insígnia de Companheiro de Honra (Companion of Honour) em 1982.

Popper recebeu vários prémios e honras no seu campo, incluindo o prémio Lippincott da associação americana de ciência política, o prémio Sonning, e o estatuto de membro na sociedade real, na academia britânica, London School of Economics, Kings College de Londres e o Darwin College de Cambridge.

A filosofia de Popper

Popper cunhou o termo "Racionalismo Crítico" para descrever a sua filosofia. Esta designação é significante e é um indício da sua rejeição do empirismo clássico e do observacionalismo-inductivista da ciência, que disso resulta. Apesar disso, alguns académicos, incluindo Ernest Gellner, defendem que Popper, não obstante não se ter visto como um positivista, se encontra claramente mais próximo desta via do que da tradição metafísica ou dedutiva.

Popper argumentou que a teoria científica será sempre conjectural e provisória. Não é possível confirmar a veracidade de uma teoria pela simples constatação de que os resultados de uma previsão efectuada com base naquela teoria se verificaram. Essa teoria deverá gozar apenas do estatuto de uma teoria não (ou ainda não) contrariada pelos factos.

O que a experiência e as observações do mundo real podem e devem tentar fazer é encontrar provas da falsidade daquela teoria. Este processo de confronto da teoria com as observações poderá provar a falsidade (falsify) da teoria em análise. Nesse caso há que eliminar essa teoria que se provou falsa e procurar uma outra teoria para explicar o fenómeno em análise. (Ver Falseabilidade).

Este aspecto é fulcral para a definição da ciência. Científico é apenas aquilo que se sujeita a este confronto com os factos. Ou seja: só é científica aquela teoria que possa ser falseável (refutável).

Uma afirmação que não possa ser confrontada com a sua veracidade pelo confronto com a realidade não é científica. Será talvez uma especulação metafísica.

Para Popper a verdade é inalcançável, todavia devemos nos aproximar dela por tentativas. O estado actual da ciência é sempre provisório. Ao encontrarmos uma teoria ainda não refutada pelos factos e pelas observações, devemos nos perguntar, será que é mesmo assim ? Ou será que posso demonstrar que ela é falsa ? Einstein é o melhor exemplo de um cientista que rompeu com as teorias da física estabelecidas.

Popper debruçou-se intensamente com a teoria Marxista e com a filosofia que lhe é subjacente, de Hegel, retirando-lhes qualquer estatuto científico. O mesmo em relação à psicanálise, cujas teorias subjacentes não são falseáveis (refutáveis).

O seu trabalho científico foi influenciado pelo seu estudo da teoria da relatividade de Albert Einstein.

Diferenças entre Popper e Francis Bacon

Comparando o método científico de Karl Popper com a visão baconiana da ciência, Ernest Gellner afirma em "Relativism and the social sciences" ("Relativismo e as ciências sociais"):

  • a definição do método científico de Popper difere da versão baconiana de empirismo por sua ênfase na eliminação em vez da ênfase na verificação. No entanto eles têm em comum um determinado ponto: quer nós verifiquêmos ou refutemos, de qualquer forma fazêmo-lo com a ajuda de duas ferramentas e apenas duas: a lógica e a confrontação com os factos. As teorias são julgadas por dois juízes: consistência lógica e conformidade com os factos. A diferença entre os dois modelos situa-se apenas em saber se os factos condenam os pecadores ou canonizam os santos. Para o jovem Popper havia alguns pecadores apropriadamente certificados, mas nunca santos definitivamente canonizados.

Seguidores

Ver também

Ligações externas

Thursday, October 20, 2005

LEXICON

LEXICON

VOCABULÁRIO DE FILOSOFIA (ou quase...)

http://www.esenviseu.net/ocanto/lexicon/dcionara.htm

Mais Conjecturas.

http://www.esenviseu.net/ocanto


> A Science et Vie de Outubro traz 2 dossiês com particular interesse
> filosófico:
>
> 1. A questão cental do primeiro: o mundo existe mesmo -- ou será uma
> alucinação?
> Cada vez mais os físicos (a física quântica) defendem que a realidade
> não é mais do que a informação que temos sobre ela. O que implica uma
> reinterpretação das noções de tempo, de matéria e de espaço e da
> condição humana.
>
> 2. O segundo dossiê, do domínio da neurobiologia, põe em questão o
> conceito de livre arbítrio.
> Antes de a vontade mandar que o corpo faça um gesto, já o cérebro o
> iniciou; dispomos apenas de 200 milésimos de segundo para inibir o gesto
> que o cérebro decidiu -- muito pouco, convenhamos...
>
> Boas... filosofias!
>
> A. Gomes
> http://www.esenviseu.net/ocanto

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Um nova teoria sobre o movimento dos elétrons

Uma equipe de físicos especializados em eletrônica molecular da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, apresentou essa semana uma nova teoria sobre o movimento dos elétrons em átomos isolados e em moléculas. Espera-se que com uma compreensão mais apurada das propriedades e movimentos dos elétrons, novas tecnologias cada vez mais eficazes possam ser desenvolvidas baseadas nas propriedades dos átomos.

Segundo o trabalho que a equipe publicou na revista especializada "Physical Review", quando os átomos estão organizados em moléculas, estas vibram continuamente, e o efeito dessa vibração sobre os elétrons é uma interação maior entre eles. Com isso, criam-se "canais de transporte", nanométricos "fios" ou condutores que facilitam a interação entre os materiais em nível molecular.

Os estudos das características eletrônicas das moléculas tiveram início há pouco mais de 15 anos, e a expectativa é que eles comecem a se materializar na forma de tecnologias consumíveis dentro de 20 anos, aproximadamente.





Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT1044886-1945,00.html

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Tuesday, October 18, 2005

O Niilismo

O Niilismo
por André Joffily Abath


Viver para o nada e negar a vida. Estes são os aspectos fundamentais para a compreensão do niilismo. Enquanto termo, o niilismo surge no romance russo, mais especificamente na obra Pais e Filhos, de Ivan Turgueniev. Porém, é em Dostoiévski que o termo niilismo ganha expressão e força, sendo considerado como um problema e uma marca do mundo moderno. Na literatura russa, o niilismo designa uma espécie particular de homem: o negador de valores, o ateu, o ressentido. Todavia, em Nietzsche, a questão alarga-se, ganhando as mais variadas formas e faces. Assim, crer em valores superiores ou negá-los deixa de ser o ponto de identificação do niilismo. Em ambos faz-se presente a vida dirigida ao nada, ou, simplesmente, negada. Torna-se, então, necessário guiar-se nesta órbita em que o niilismo relaciona-se com o força que se dirige ao nada, ou, melhor dizendo, com o desperdício da força.

Seguindo tal linha interpretativa, a base do problema residirá na vontade de poder, em seu direcionamento. Se onde há vida há vontade de poder, o mesmo não pode ser dito da vontade como afirmação da vida. No niilismo, a vontade de poder é reativa, fraca. Não promove a criação de valores e a elevação do ser; seu efeito é negativo. Assim, querer o nada e nada querer são ambos exemplos de uma vontade de poder que não age para a vida, mas sim contra ela. A força mal direcionada pode tanto dirigir-se ao metafísico, à ficção da eternidade, quanto pode estar debilitada, decadente diante de um mundo absurdo e desprovido de sentido. O rumo da força, indicará, portanto, a qualidade do niilismo, sua diferenciação.

Em Nietzsche, o niilismo percorre a maior parte de sua obra como uma crítica ao cristianismo e ao socratismo. Neste caso, a vida é regida por valores superiores, metafísicos, por um ideal ascético. O homem delineia sua existência em uma ficção, um além-mundo onde inexiste o tempo. Pela fé neste mundo, a vida é negada, suprimida e acorrentada. O homem falsifica a si mesmo, tornando-se um ser regido por valores superiores. Certo é que existe um sentido e uma verdade. Contudo, é direcionando sua força a esta verdade que o homem deprecia a vida, afinal, viver para a verdade é viver para o nada . A vida assume-se, portanto, como negadora de si própria. Preserva-se por afastar do homem o mal-estar de viver no vazio, mas nega-se por direcionar-se ao nada.

Nesta primeira forma de niilismo, o homem vislumbra livrar-se do tempo, tornar-se infinito. É por medo da morte e do tempo que o ser-humano falsifica-se. Mergulha em uma ilusão no afã de alcançar o eterno. Segue-se que o homem nega o real e entende-o como vão, como afirma Finke:

“ A ontologia metafísica considera como sendo aquilo que em verdade não passa de uma ilusão, uma ficção, e rejeita como não sendo, como sendo inautêntico aquilo que em verdade é o único ser real e efetivo. O que se toma pelo existente autêntico é o vão, mas aquilo que se tomava por vão é o único real”.

O segundo sentido que Nietzsche dá ao niilismo é menos claro. O ideal ascético esgota-se e o niilismo transmuta-se. Aqui, a vontade de poder assume seu poder de ação e destruição. Renega-se os valores superiores e com eles a ilusão da eternidade. Aqui, o homem mata seu Deus. Porém, como afirma Heidegger, o trono está vago e o homem buscará ocupá-lo. Este niilismo como destruição, é, para Nietzsche, um novo disfarce das forças reativas, destruindo, desta vez, sua antiga forma de dominação e forjando uma nova. É o niilismo ativo, que, não obstante sua força de ação, termina por desembocar no nada, na negação total de valores e da vida. Ainda assim, Nietzsche privilegia esta forma de niilismo , já que nele a vontade de poder assume-se enquanto força destrutiva da moral. Com efeito, a negação da moral indica uma elevação do homem, como afirma Nietzsche em A Vontade de Poder: “ A indigência não se tornou eventualmente maior: ao contrário! “Deus, moral, resignação”, eram meios de cura em graus terrivelmente profundos da miséria: o niilismo ativo aparece em condições que se configuram relativamente muito mais favoráveis. Já a moral ser sentida como superada pressupõe um razoável grau de civilização espiritual; esta, por sua vez, um relativo bem-viver”.

Porém, a força, após este direcionamento, enfraquece e decai. Enfraquece porque ao eliminar valores, ainda não está direcionada à sua procriação. No homem, o resultado deste processo é a decadência, o nojo pela vida. Do assassino de Deus surge o último dos homens. É o homem fraco, entendiado, postado diante do absurdo e à espera da morte. Não crê, mas também não cria.. Torna-se suicida, ultilitarista, socialista. Livre de Deus, mas ainda saudoso de sua verdade. Para o niilista ateu, o mundo assume a forma de absurdo; já não há mais um sentido, não há mais preservação da vida. É um momento em que o novo já se anuncia, mas em que o velho ainda esboça novas formas de reter seus valores. Como observa Finke, já é possível vislumbrar o trágico, mas os homens carecem, ainda, de coragem para afirmá-lo. No “Zaratustra”, esta espécie de niilismo aparece sob a forma de serpente negra. Resta ao homem a saída que restou ao jovem pastor, a quem a serpente enlaça e sufoca diante dos olhos de Zaratustra. Resta afirmar a vida aniquilando a serpente.

Podemos, portanto, afirmar que neste movimento do niilismo não houve transvalorização de valores. A passagem do mundo de Deus ao mundo dos homens é regida pela vontade de nada, pela negação. Não há , ainda, abertura ao devir, ao criar e ao eterno retorno. O último dos homens não suporta a falta de sentido de sua existência, é sufocado pela serpente negra. Este é um momento decisivo para Nietzsche. É ao afirmar a vida após a morte de Deus que abre-se a possibilidade do super-homem. Como no “Zaratustra”, onde o jovem pastor elimina a serpente, deve agir o homem. Deve abrir-se ao devir e ao tempo. Deve transformar a vida em uma experiência de criação e destruição.

Nietzsche considera que o niilismo chegou em seu último estágio. A história sairia do período obscurantista, reino do niilismo, para o período da claridade, momento em que o homem aprenderia a viver enquanto criador de valores e disciplinaria-se para uma vida no eterno retorno. Imaginando-se o niilismo como um ciclo, podemos vislumbrar a transvalorização de valores como seu último momento. Com efeito, Nietzsche considera todas as formas de niilismo como incompletas, ou seja, o fim do ciclo niilista é o fim do niilismo. O niilismo completo é o fim da vida regida pelo nada e a abertura ao trágico. A transvalorização de valores não é, portanto, a negação ou mudança de valores, mas sim a afirmação da vida enquanto criação de valores. É a vontade de poder direcionada à criação e inserida no movimento do eterno retorno. Assim, o homem entraria em confluência com o tempo. Afirmaria cada instante, mesmo que este estivesse por retornar eternamente.

Thursday, September 29, 2005

Pais abrem processo nos EUA contra escola que ensina "design inteligente"

JORNAL DA CIÊNCIA

JC e-mail 2863, de 27 de Setembro de 2005.

Pais abrem processo nos EUA contra escola que ensina "design inteligente"

É consenso entre os cientistas sérios que o chamado "design inteligente" é apenas um cavalo de tróia para introduzir conceitos religiosos em aulas de ciência

Onze pais de alunos em Dover, uma pequena cidade na Pensilvânia, EUA, estão processando uma escola por sua decisão de ensinar "alternativas" à evolução pela seleção natural, incluindo o conceito conhecido como "design inteligente".

Com a ascensão de religiosos conservadores a várias instâncias de poder nos EUA, desafios à teoria evolucionista, segundo a qual mutações aleatórias no DNA e seleção natural levaram ao surgimento de formas de vida complexas, têm surgido com mais freqüência.

Mas é consenso entre os cientistas sérios que a alternativa, o chamado "design inteligente" (que apregoa que a vida é complexa demais para ter evoluído sem ajuda de um "criador"), é apenas um cavalo de tróia para introduzir conceitos religiosos em aulas de ciência.

O processo, que começará agora a ser julgado, é a primeira tentativa legal de impedir uma escola de ensinar o "design inteligente". (Do New York Times)

(Folha de SP, 27/9)

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O que é o Design Inteligente? *

O que é o Design Inteligente? *


Por Julio Cesar Pieczarka, Dr., 2005.



Se você assume que fomos projetados de modo "inteligente" é inevitável a conclusão de se trata de um serviço muito mal feito, por um designer bastante incompetente, conclusão esta que dificilmente vai agradar um criacionista.

Tenho notado que sempre que surge a discussão Evolução x Criacionismo, repete-se a mesma situação: os criacionistas atacam a Teoria da Evolução e os evolucionistas tratam de defendê-la.

Na discussão seguinte, repete-se tudo de novo, não trazendo nada de novo e provavelmente aborrecendo quem não está diretamente envolvido na questão, ou seja, a maioria das pessoas. Nada se fala, porém, das propostas criacionistas.

Assim, gostaria de lançar luz sobre o outro aspecto da questão, discutindo o que é o Design Inteligente, quais suas propostas e críticas que se fazem a esta sugestão. Deste modo invertem-se desta vez os papéis, só para variar.

1) O que é o Design Inteligente?

A proposta do Design Inteligente (DI) encontra sua origem no teólogo William Pailey, que em 1831 imaginou o seguinte: se ao caminhar por uma charneca ele encontrasse uma pedra, provavelmente não daria maior atenção a ela, supondo que a mesma se encontra ali desde os princípios dos tempos.

Todavia, se ele se deparasse com um relógio, a coisa mudaria de figura, pois o relógio não é um objeto simples como a pedra. Ele leva imediatamente à idéia do relojoeiro, isto é, de uma inteligência que o projetou.

Assim, a existência de seres e/ou estruturas biológicas organizadas no mundo natural levariam à idéia de uma inteligência superior, provando a existência de Deus. Em linhas gerais, o DI propõe a mesma coisa: o design existe na natureza, levando inevitavelmente à idéia do designer.

A princípio, o designer poderia ser qualquer inteligência desconhecida pelos seres humanos, podendo ser, por exemplo, uma civilização alienígena. Porém, a preferência sempre foi por um Deus do tipo Judáico-Cristão.

Seguindo este raciocínio, a existência de estruturas complexas não seria explicável pela teoria da evolução. Behe (1997) sugere o conceito de Complexidade Irredutível. Seriam estruturas que só funcionariam se todas as suas partes estivessem presentes desde o princípio; portanto, elas não poderiam ser organizadas em um processo passo-a-passo, via seleção natural.

Um exemplo apresentado por Behe é o da ratoeira: se alguma das partes da ratoeira faltar, ela não funciona.

Deste modo, ela não teria surgido pelo aparecimento primeiro de uma parte, depois de outra, etc... pois ela só funciona no final, quando todas as partes estão presentes.

Como ela é inútil nos passos intermediários (não funciona) ela não poderia ter surgido por seleção natural, pois a seleção implica em vantagem em cada etapa.

Ele afirma existirem na natureza casos de complexidade irredutível, dando alguns exemplos, entre os quais o olho e o sistema imunológico. Outra proposta foi feita por Dembski (1998), o qual afirma que o design ocorre sempre que dois critérios são satisfeitos: complexidade e especificação. Complexidade não é o bastante, é preciso uma intenção subjacente, que indica inteligência.



2) Quais as críticas às propostas do DI?


Em primeiro lugar é preciso deixar claro que o design existe na natureza. Efetivamente a mão humana ou o sistema muscular de uma cobra, por exemplo, não são fruto do acaso. Eles desempenham uma função, para a qual foram projetados.

O grande problema com o Design Inteligente não é a idéia de design em si, é o imenso salto epistemológico em supor que este design implica necessariamente em um designer inteligente e consciente.

O design que eles detectam foi "projetado", porém, por um designer não consciente, que atende pelo nome de "seleção natural".

Quando se vai argumentar contra uma teoria é preciso pelo menos conhecer o que ela afirma. Infelizmente, porém, parece que os defensores do DI tem uma visão bastante errônea sobre a Teoria da Evolução, já que eles afirmam ser impossível as estruturas complexas do mundo atual serem explicadas por puro acaso.

Na realidade, um dos poucos elementos casuais na Teoria da Evolução é a mutação, que não surge em função da necessidade imediata do organismo.

No que toca à seleção natural, porém, não há nada de casual. A escolha das formas mutantes que são preservadas de modo algum é aleatória, pois a seleção é a interface entre o organismo e o meio em que ele vive.

Assim, passo a passo, as escolhas são feitas em função do ambiente e das necessidades do organismo. Estruturas paulatinamente mais complexas surgem a partir de menos complexas. Portanto, repito, o design detectado nada mais é que o resultado da seleção natural.

Alguém poderia argumentar que do mesmo modo, poderia ser atribuída a uma inteligência superior esta intenção, de modo que esta sugestão equivaleria à da seleção e, portanto, ambas teriam igual poder e tudo vira uma questão de opinião.

Não é assim, porém. A seleção natural é uma explicação baseada no mundo natural, sem necessitar de lançar mão de uma explicação sobrenatural. Um cientista deve usar a ‘Navalha de Occam’ e optar pela possibilidade mais simples e lógica.

Se uma pessoa opta pela idéia de que o design deve provir de Deus, trata-se de uma opinião dela, mas sem base científica. Deixa de ser ciência e se torna religião (até porque os desígnios Divinos, bem com a própria existência ou não de Deus estão fora do alcance da ciência, que não pode provar nem que Ele existe, nem que Ele não existe).

Em essência, os defensores do DI, ao detectar design na natureza nada mais fazem que detectar a evolução. O mesmo argumento serve contra Dembski, pois o processo de seleção natural tanto gera complexidade como traz em si o conceito de especificação, pois as estruturas não foram selecionadas ao acaso, mas em função das necessidades de sobrevivência específicas daquela espécie.

O erro, volto a dizer é automaticamente supor que design implica em designer inteligente e consciente. Com relação à complexidade irredutível, efetivamente a ratoeira é um exemplo deste tipo de complexidade e que foi, portanto, projetada de modo inteligente.

Projetada por um ser humano! Mas não há exemplos na natureza deste tipo de complexidade. A literatura disponível sobre biologia molecular contradiz este conceito, ao mostrar que estruturas aparentemente irredutíveis, na verdade, podem ser decompostas em etapas, através da duplicação de alguns genes.

Efetivamente, a duplicação gênica é um fenômeno importante no processo evolutivo, pois enquanto uma cópia do gene continua fazendo sua função, a outra fica livre para sofrer alterações.

Eventualmente estas alterações levam à síntese de proteínas que complementam a função da proteína sintetizada pelo gene original. Assim, é desnecessário, do ponto de vista científico, adicionar um elemento sobrenatural a fenômenos biológicos, uma vez que dispomos de explicações coerentes com o mundo natural.

Por fim, um aspecto que incomoda os defensores do DI (Dembski, por exemplo) é a questão da imperfeição do nosso design. Pigluiucci (2001) pergunta por que temos varises, hemorróidas, dor nas costas e nos pés?

A explicação da Teoria da Evolução é a de que evoluímos para o bipedismo em época relativamente recente, de modo que nosso corpo ainda não está perfeitamente adaptado a esta postura.

Mas se você assume que fomos projetados de modo ‘inteligente’ é inevitável a conclusão de se trata de um serviço muito mal feito, por um designer bastante incompetente, conclusão esta que dificilmente vai agradar um criacionista.

Dembski não encontrou resposta para isso, apenas aceitou o fato de que nosso design não é o ótimo que se esperaria de um Deus Todo Poderoso.

Desde Platão esta questão existe, pois ele sugeria que dado o serviço de qualidade variável, o projetista do Universo não poderia ser um Deus onipotente, mas apenas um Demiurgo, um deus menor, que não tinha capacidade de gerar algo melhor do que nós temos.

3) Qual a origem do grupo que defende o DI?

A conclusão mais evidente é a de se trata de um grupo criacionista, apesar deles negarem enfaticamente. O próprio conceito de Design Inteligente (a existência de uma inteligência que projetou o design) é um conceito criacionista em sua essência, embora não seja o mesmo que afirmar que a Terra tem 6000 anos como supõe alguns criacionistas (contrariando não apenas a Teoria da Evolução, mas também toda da Paleontologia, Geologia e Astronomia).

No entanto a noção de criação é implícita à idéia do DI. Mas vamos aos fatos. Em 1968 a Suprema Corte americana considerou a proibição do ensino de evolução (que perdurou por quase todo o século XX em muitos estados americanos) como inconstitucional, pois o motivo da proibição era visivelmente de fundo religioso e violava o princípio constitucional de separação entre estado e religião.

Os criacionistas no inicio dos anos 70 começaram então a divulgar o conceito de ‘criacionismo científico’, supostamente não religioso e que requeriria pelo menos tempo igual de divulgação em sala de aula da ‘teoria rival’, a evolução (Pennock, 2003).

Algumas leis passaram em alguns estados, mas em 1987 a Suprema Corte, no caso Edwards X Aguillard, decidiu que o criacionismo científico era de fato religião, por atribuir a origem humana a um ser sobrenatural.

Diante desta nova derrota ficou claro que os criacionistas precisavam de uma nova estratégia. Assim, o que eles precisavam era de um grupo, aparentemente independente deles, que:

a) se declarasse não criacionista (para fugir à acusação de ser um grupo religioso), que

b) lutasse por legitimidade científica (para poder ser ensinado em sala de aula), legitimidade esta a ser alcançada por bem ou por mal, tentando arrombar a porta se a mesma lhes fosse fechada, acusando os cientistas de autoritários (como se legitimidade científica fosse brinde que vem em caixa de cereal) e que

c) tivesse por mote combater a Teoria da Evolução, unindo forças com os criacionistas assumidos toda vez que isso fosse vantajoso. Então, no fim dos anos 80 surgiu o movimento DI. Se alguém ler a mensagens postadas no JC e-mail (e nos sites do DI) dos defensores do DI, verá que o comportamento descrito acima é exatamente aquele que eles apresentam (se tiverem respostas do DI a esta mensagem, por favor, atentem para este detalhe).

Estas são evidências circunstanciais. A evidência definitiva vem do documento chamado ‘The Wedge Strategy’, que estabelece as bases do movimento DI.

Este documento era interno do instituto criacionista Discovery Institute's Center for Science and Culture (CSC), mas vazou e foi publicado na internet em 2000 (Pennock, 2003). Uma cópia pode ser encontrada na página http://www.public.asu.edu/~jmlynch/idt/wedge.html

Ele estabelece que a proposta de que os seres humanos foram criados à imagem de Deus é uma das pedras fundamentais da civilização ocidental e que esta proposta está sendo ameaçada por intelectuais materialistas, como Charles Darwin, Sigmund Freud e Karl Marx.

Assim, o CSC iria reagir, através da construção de uma alternativa às teorias materialistas. Esta construção se chamaria Design Inteligente. O documento estabelece ainda um plano estratégico a ser desenvolvido em cinco anos, compreendendo três fases:

1) Pesquisa, Redação e Publicação;

2) Publicidade e Formação de Opinião;

3) Confrontação Cultural e Renovação.

Como a primeira fase foi um fracasso retumbante (mesmo com generosas verbas para pesquisa), eles passaram direto para a segunda e terceira fases. Pelo menos em um ponto eles acertaram em cheio: "Sem argumentação e pesquisa sólidas, o projeto será apenas mais uma tentativa de doutrinar, ao invés de persuadir".

Espero que os fatos e argumentos aqui apresentados contribuam para uma compreensão mais clara do que é o DI.

Wednesday, September 21, 2005

A filosofia é pop, mas não poder ser burra

Caro Ghiraldelli:Em que pese sua opinião sobre o caderno "Ser ou Não Ser" do Fantástico/Globo, abordando aspectos filosóficos, iniciativa pioneira do gênero, num esforço de equalizar conteúdo, imagem e tempo de vinculação de mídia, para trazer a grande massa pelo menos pequena noção dos tratados filosóficos, na crítica sempre assaz e oportuna desse Professor/Filósofo, há aspecto outro que bem poderia ser defendido. Num passado não muito distante, já no final do Governo de FHC, o Congresso, sob o esforço desse presidente sociólogo, rejeitou a inclusão por lei das disciplinas de sociologia e filosofia no ensino de segundo grau, e sob protestos do PT, então oposição. Agora, com o PT no Poder, bem que esta questão deveriam retornar à luz, o que precisa de defensor. De formas que, considerando seu predicados intelectuais e esforços em divulgar os estudos filosóficos, sugiro ao Professor abraçar a idéia, quem sabe acrescentando à reivindicação uma terceira e importante disciplina: Lógica; como antigamente.Tenho por convicção, e acho que o Professor concordará, que ensino escolar da Filosofia, Sociologia e Lógica trarão grande avanço na formação dos estudantes, e se constituirá em mais um instrumentação de libertação de consciências.Abs.Volnei -----

Original Message ----- From: Paulo Ghiraldelli Jr To: filosofia_americana@yahoogrupos.com.br Sent: Monday, September 19, 2005 3:25 PM Subject: [Estudos da Verdade]

A filosofia é pop, mas não poder ser burra


A filosofia é pop, mas não pode ser burra Filosofia no "Fantástico", do modo que está, é burra. É tudo, menos filosofia. Filosofia em manuais é necessário. Mas em manuais toscos, é o que menos precisamos. As pessoas procuram a área de filosofia. Sim, procuram. Há a idéia de que o filósofo, de todos os que transitam nas Humanidades, é o que é melhor formado, o que "restou" de uma "época de ouro" no ensino brasileiro. Em parte isso é verdade. Quem procura a filosofia o faz por motivos estritamente ligados ao saber, à curiosidade, então, em geral é alguém que lê, que leva a filosofia a sério. Mas é tolice pensar que só por isso qualquer um que fez o curso de filosofia ou que escreveu algo em filosofia pode fazer divulgação filosófica de modo correto. A divulgação em filosofia demanda um filosófo mais bem preparado que o filósofo que faz pesquisa no mundo acadêmico. Os grandes filósofos foram os melhores divulgadores da filosofia. Descartes, Sartre e Rorty - todos eles, para não citar um bocado de outros, fizeram textos de suas filosofias para o grande público. Tiveram sucesso nisso. Uma coisa é dar palestrinhas que criam a "sensação subjetiva", em quem assiste, de que se está aprendendo filosofia ou, pior, se está filosofando, outra coisa é gerar uma forma de exposição clara, didática, mas correta, que realmente coloca quem assiste no rumo da filosofia. Há quem pesquise e escreva sobre filosofia, mas não possui maturidade intelectual para divulgar filosofia de modo eficaz e correto. Há quem divulgue, mas não seja realmente bem ilustrado e profundo para isso. Os países que democratizaram o seu ensino de um modo geral são os que conseguiram gerar filósofos capazes de textos de profundidade e, ao mesmo tempo, textos de divulgação ou de "formação". Os Estados Unidos são um exemplo disso, hoje, mais que os europeus. Os norte-americanos fazem muitos manuais bem feitos. Fazem programas na TV, de filosofia, que são bons e para um grande público. No Brasil os manuais apenas repetem uma velha e cansativa história da filosofia que leva à falsa erudição. E o que se faz na TV sobre filosofia, mesmo nos canais culturais, parece ou um repeteco de aulas bem cansativas e sem qualquer objetivo ou, então, são o "samba do crioulo doido" do Fantástico. Pessoas repetindo "é melhor ser que ter" ou "o pensar liberta" é o que resulta do Fantástico. Pessoas criando frases como "o neoliberalismo e a globalização condenam todos nós" para colocar em dissertações e teses de uma academia que exige títulos sem conhecimento é o que resulta das aulas das TVs culturais. Estamos sem jornalistas culturais sérios. Falta no mercado bons professores de filosofia que saibam usar a filosofia, que saibam colocá-la nas mãos das pessoas sem que isso se transforme em bobagem de auto ajuda. No momento que estamos vivendo, que é a época onde os "filósofos brasileiros" recomendados viraram papagaios de pirata - ou de FHC ou de Lula - e não enxergam um palmo na frente do nariz, é fácil que um bando de imbecis venha a dizer que "a questão do ser" é importante - na TV. É marmelada. O Chacrinha filosofava melhor. As escolas de filosofia deveriam começar a se preocupar com o jornalismo cultural, também na área de filosofia. Todas as faculdades de filosofia deveriam pensar seriamente nisso.


Paulo Ghiraldelli Jr. é filósofo e autor de Caminhos da filosofia (Rio de Janeiro: DPA, 2005). Copordenador do GT-Pragmatismo da Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia (ANPOF). www.ghiraldelli.pro.br - Site Pessoal


Fabiano Oliveira
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