Saturday, March 04, 2006

Gnosiologia

Gnosiologia

Teoria do Conhecimento

É necessário antes de tudo, esclarecer a relação entre Teoria do Conhecimento e Gnosiologia, a fim se de evitar equívocos e esclarecer o que seja cada uma. Deve-se ressaltar que gnosiologia não é exatamente a mesma coisa que a chamada Teoria do Conhecimento, embora às vezes possamos encontrar esta identificação em alguns livros de filosofia.

A gnosiologia, também chamada por vezes de gnoseologia, ou Filosofia do Conhecimento, estuda a capacidade humana de conhecer. A raiz filológica do termo vem das palavras gregas gnosiV (conhecimento) e logia (verbo, palavra, discurso).

Desde a filosofia clássica a gnosiologia constituía uma parte da metafísica, juntamente com a ontologia e a teodicéia. (ver divisão clássica da filosofia) Numa visão de filosofia sistemática mais lógica, podemos classificar a gnosiologia como uma das partes principais da filosofia, como filosofia intelectual, ao lado da ontologia (filosofia existencial) e da deontologia (filosofia comportamental). Assim temos uma divisão da filosofia em três grandes partes: (ver divisão mais lógica da filosofia)

  • Ontologia – Filosofia Existencial
  • Gnosiologia – Filosofia Intelectual
  • Deontologia – Filosofia Comportamental

E assim como a filosofia divide-se em partes fundamentais, também a gnosiologia divide-se em Lógica, Crítica e Epistemologia.

  • Lógica – filosofia da forma e método do conhecimento
  • Crítica – filosofia da possibilidade, origem, essência e valor do conhecimento.
  • Epistemologia – filosofia da ciência e conhecimento científico

Como se pode constatar, aquilo que se estuda nos cursos de graduação em filosofia com o nome de Teoria do Conhecimento corresponde mais exatamente à chamada Crítica, estando separada da Lógica e Filosofia da Ciência, como disciplina autônoma.

A Teoria do Conhecimento tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento, da faculdade de conhecer. Às vezes o termo usado ainda como sinônimo de epistemologia, o que não é exato, pois a mesma é mais ampla, abrangendo todo tipo de conhecimento, enquanto que a epistemologia limita-se ao estudo sistemático do conhecimento científico, sendo por isso mesmo chamada de filosofia da ciência.


Os principais problemas da Teoria do Conhecimento

Pode-se fazer uma divisão didática da Teoria do Conhecimento, baseada nos problemas principais enfrentados por ela:

  • A possibilidade do conhecimento

  • A origem do conhecimento

  • A essência do conhecimento

  • As formas do conhecimento

  • O valor do conhecimento (o problema da verdade)

Se há conhecimento humano, existe a verdade, porque esta nada mais é do que a adequação da inteligência com a coisa (segundo a concepção aristotélico-tomista). Com a existência da verdade, há conseqüentemente a existência da certeza, que é passar a inteligência à verdade conhecida. A inteligência humana tende a fixar-se na verdade conhecida. Metodologicamente, há primeiramente o conhecimento, depois a verdade, e finalmente a certeza. Tal tomada de posição perante o primeiro problema da crítica, é chamado de dogmatismo, sendo defendida por filósofos realistas, como por exemplo, Aristóteles e Tomás de Aquino.
Se, ao contrário, se sustentar que a inteligência permanece, em tudo e sempre, sem nada afirmar e sem nada negar, i.é, sem admitir nenhuma verdade e nenhuma certeza, sendo a dúvida universal e permanente o resultado normal da inteligência humana, está se defendendo o ceticismo.
O problema crítico representa um passo além do dogmatismo e do ceticismo. Uma vez que admite-se a existência da verdade (valor do conhecimento), e da certeza, pergunta-se então onde estão as coisas: só na inteligência, como querem Platão, Kant , Hegel (idealismo), só na matéria, como ensina Marx (materialismo), no intelecto humano e na matéria, como dizem Aristóteles, Tomás de Aquino (realismo), ou só na razão, como diz Descartes (racionalismo).
Para o idealismo o ente, i.é, o ente transcendental compões-se somente de idéias. Para o materialismo, somente matéria. Para o realismo, idéias e matéria. Para o racionalismo, é razão.
Investigando o fundamento de todo o conhecimento, pois critica o conhecimento do ente transcendental, a Crítica é a base necessária de todo o saber científico e filosófico, inclusive da própria Ontologia.


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